domingo, 25 de julho de 2010

750 Palavras mais comuns do Ingles - Por Rubens Queiroz de Almeida

Um achado pra professores e estudantes de lingua inglesa com as 750 palavras mais usadas na lingua global

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terça-feira, 20 de julho de 2010

Atividade com "O Caçador de Pipas"

Português
'O Caçador de Pipas'
Fátima Rodrigues*
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Objetivos
1) Trabalhar os elementos da narrativa de "O caçador de pipas", de Khaled Hosseini, obra que é sucesso de público e de crítica literária;
2) Utilizar o entusiasmo dos alunos pela história para que percebam a importância da leitura e de como ela deve ser estimulada (mostrar a leitura em diferentes planos: oral e escrito);
3) Através das etnias, ressaltar a injustiça educacional entre as personagens Amir e Hassan;
4) Discutir a submissão social e o crescimento do ser humano ao se redimir da culpa;
5) Analisar a simbologia das pipas (liberdade ou prisão?);
6) Incentivar e estimular os alunos a ampliar seus conhecimentos, que conduzirão não só à literatura, mas a outros temas relacionados a diferentes áreas. Nesse sentido, refletir e contextualizar sobre as diversidades culturais. Enfocar também a religiosidade, os interesses políticos e estratégicos;
7) Conhecer a cultura do Oriente Médio. A partir desse conhecimento prévio, estudar o comportamento de determinados personagens;
8) Estabelecer relação da obra com fatos atuais;
9) Destacar as marcas deixadas pela invasão do Afeganistão pela Rússia;
10) Salientar a importância da amizade.
Comentário introdutório
O cenário do livro "O caçador de pipas" é o Afeganistão: desde antes da queda da monarquia, passando pela invasão russa e pela implantação de um regime autoritário de cunho religioso e nacionalista, o Talibã. Como consequência deste regime, os refugiados convergem para os EUA e para o Paquistão.
A obra conta a história de um menino rico, Amir, que mora em Cabul, capital do Afeganistão. Ele é atormentado pela culpa de ter traído seu amigo de infância, Hassan, filho de um empregado de seu pai. Amir e Hassan cresceram juntos, como seus pais, brincando, vendo filmes, participando de competições de pipas. Toda uma infância os une, mas somente depois de muitos anos Amir se dá conta da força desse relacionamento.
Hassan, apesar de analfabeto, por muitas vezes é mais sábio e perceptivo que o amigo. No inverno de 1975, ele oferece uma chance a Amir de se mostrar um grande homem e de mudar o mal-estar que sentia em relação ao empregado, inferior e diferente. Mas Amir não aproveita a oportunidade e vive muitos anos lamentando-se.
Tempos depois, Amir, que havia saído do Afeganistão, volta para tentar resgatar o equívoco, mas não encontra mais o seu país como deixou há vinte anos. Ele encontra uma nação oprimida pelo Talibã.
Estratégias
1) Realizar pesquisas históricas e geográficas sobre o Afeganistão com o grupo;
2) Promover aulas ministradas por professores de diversas áreas;
3) Fazer debates e propostas em grupo;
4) Realizar a leitura dividida em duas partes:
• Capítulos 1 até 14
• Capítulos 15 até 24.
Atividades
a) Pesquisa histórica:
Pode ser conduzida a partir das questões:
• Quem é o autor Khaled Housseini?
• Você já ouviu falar do Afeganistão? Faça uma pesquisa para saber onde fica? Qual a religião adotada no país?
• O que é o Talibã? Qual a importância dentro do país?
• Como ficou o Afeganistão após a invasão russa no final de 1970?
• Quem são os sunitas e os xiitas?
• Qual é a posição da mulher no contexto árabe?
• Como é o dia-a-dia no Afeganistão?
• Qual é a diferença entre os pashtun e os hazaras?
b) Elementos da Narrativa
1) Foco Narrativo
"Eu me tornei o que sou hoje aos doze anos."
A frase acima apresenta o tipo de narrador da história. Identifique-o.
2) Tempo
O tempo da narrativa pode ser desenvolvido em: cronológico ou psicológico.
Descreva a técnica utilizada nesse romance e justifique com passagens do texto.
3) Espaço
a) Espaço físico ou geográfico
Determine e descreva os espaços (externos e internos).
b) Espaço social (ambiente)
É o espaço relativo às condições socioeconômicas, morais e psicológicas que dizem respeito às personagens.
Faça uma análise referente aos espaços em que estão inseridas as personagens abaixo, levando em consideração as diferenças sociais, étnicas, culturais:
• Amir e Hassan.
• Baba, Rahim Kham, Ali.
4) Caracterização (perfil) de personagens:
• Amir
• Hassan
• Baba
• Ali
• Rahin Kham
• Assef
• Sohab
• Soraya
• Sanaubar
5) Enredo: conflito
• A narrativa apresenta dois focos distintos: o microcosmo (a individualidade do homem em oposição ao mundo no qual ele interage) e o macrocosmo (o mundo onde o indivíduo interage em oposição a ele). Explique, por meio de um esquema, a distinção entre esses dois focos. Estabeleça a relação entre micro e macro. Dê um exemplo a partir dos conflitos presentes na narrativa.
• Por que se pode afirmar que Assef, aparentemente uma personagem secundária, desencadeou o conflito da narrativa?
• A amizade de Hassan por Amir mostra, por intermédio das atitudes, o reflexo da condição de cada um deles. Por quê?
• No microcosmo, presenciamos o egoísmo (egocentrismo) capaz de ultrapassar os limites de uma grande amizade. Apresente ações praticadas por Amir que justifiquem essa afirmação.
• Explique as palavras perfeição e imperfeição, levando em conta as características das personagens Amir e Hassan.
• A covardia de um homem é capaz de separar amigos. Covardia ou fruto de um sociedade preconceituosa e impiedosa?
• Cite algumas ações de Amir que demonstram o preconceito que sente por Hassan não ser um garoto pashtun.
6) Temáticas da obra para reflexão. Desenvolver textos:
• Culpa (remorso)
• Perdão
• Vigança
• Amizade/ Lealdade
• Resgate
• Simbologia das pipas

Professores Apaixonados.

Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo.
Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.
As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos.
Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato.
Apaixonar-se sai caro! Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.
Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.
Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.
Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.
Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro.
Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.
Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração.
Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e mais nada.
Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.
Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar.
A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.
* Gabriel Perissé é Mestre em Literatura Brasileira pela FFLCH-USP e doutor em Filosofia da Educação e doutorando em Pedagogia pela USP; é autor dos livros "Ler, pensar e escrever" (Ed. Arte e Ciência); "O leitor criativo" (Omega Editora); "Palavra e origens" (Editora Mandruvá); "O professor do futuro (Thex Editora). É Fundador da ONG Projeto Literário Mosaico ; É editor da Revista Internacional Videtur -Letras (www.hottopos.com/vdletras3/index.htm); é professor universitário, coordenador-geral da ong literária Projeto Literário Mosaico: www.escoladeescritores.org.br)